
Das mulheres que me habitam, só uma o amou: a pequenina, que abaixava os olhos e a voz quando dizia: “Ele é um cara legal”. Então corava, sentia-se boba, escondia-se, sumia por meses, por anos... Sumia e depois, crente de que enfim tinha a coragem de que precisava, voltava e se apresentava às companheiras de alma com um discurso longo e persuasivo sobre seu ponto de vista. Coitada... Uma vez centro das atenções, encolhia, fugiam-lhe os argumentos, via nos olhos das outras a razão rebatendo o que ainda nem dissera... Por fim, só dizia (e inaudivelmente): “Mas ele é um cara legal...”
Sumia de cena outra vez.
8 Comentários
Perturbadoramente instigante.
ResponderExcluirGK
Intenso e extremamente bonito ❤
ResponderExcluirAmar sempre é uma inconfidência, em algum momento vai existir exigindo do amor a complacência.
ResponderExcluirEssa tua sensibilidade carinhosa com as palavras, faz tudo na crença parecer mais linda.
Adorei o arco iris.
Boa semana.
Ganhando mais uma leitora em 3,2,1...! hahaha
ResponderExcluirObrigadaaa, Walquíria linda!
ExcluirMe lembrou aquela música: eu gosto tanto de você que até prefiro esconder...
ResponderExcluirlindo, lindo
http://karinapinheiro.com.br/velhos-conhecidos/
Que lindo, Lari ♥ Simplesmente... encantador!
ResponderExcluirNossa, isso é complicado demais. Já me vi nessa situação tantas vezes, aquela parte pequena insistindo que tá tudo bem... Mas no fim a gente aprende qual parte tá certa e dá um jeito nas coisas.
ResponderExcluirBeijinhos.