
Eu sou absurda,
eu sou completamente absurda,
você sabe quão absurda eu sou...
Eu invento as regras
que se prendem aos meus próprios tornozelos
e meus tornozelos passam a arrastar essa culpa
pelo dó que sinto de mim mesma.
Então me abraço.
Afago-me o cabelo.
Vou me levando de mansinho para o quarto
e ali me prendo por horas,
a fim de ter um tempo de mim.
Pois quem é que aguenta vitimismos?
Repreendo-me,
tenho uma conversa séria comigo mesma
e digo séria para mim mesma:
“Não se esqueça de que você é seu peso neste mundo”.
Silêncio.
Percebemos, ambas, o paradoxo do sermão.
Sentamos, ambas, eu e eu, na beirada da cama.
Choramos por horas.
8 Comentários
Me identifiquei completamente <3 Você escreve bem. Eu também escrevo versos, estão no meu blog se algum dia quiser ver. Um beijo, moça.
ResponderExcluirhttp://winterb-irds.blogspot.com.br/
eu queria ter escrito esse poema porque ele é incrível, como todos os outros. eu nem sei mais qual poema seu é o meu preferido.
ResponderExcluirvocê é uma escritora de mão cheia.
beijos
gabi
http://viagem-a-terra-do-nunca.blogspot.com.br/
Vivemos num mundo paradoxal, não há como fugir disso sem criar o nosso próprio, para fugir da repetição das coisas. Teu poema toca profundamente minha consciência e nem sei se penso mais sobre ele ou se choro contigo. Desejo uma boa semana.
ResponderExcluirBeijo no coração.
Estes versos, muito bonitos por sinal, fez-me lembrar dos meus momentos de loucura. A outra eu, vou confessar, chama-se Abelha.
ResponderExcluirEstou encantada, Larissa.
isamateur.blogspot.com
No meu prontuário, em sumário inventário, um diário e solitário calvário imaginário.
ResponderExcluirGK
Muitíssimo bom, originalíssimo! Um absurdo de bonito! Parabéns, Larissa.
ResponderExcluirSou dessas que tem esse tipo de monólogo comigo mesma, me respondo, me afago e ao contrário do que certas músicas dizem, também enxugo minhas próprias lágrimas. É maravilhoso ser absurda. É maravilhoso ter esse contato tão íntimo e sincero com quem realmente se é.
ResponderExcluirAdorei e achei lindo! <3 Muito bem escrito, moça.
Linda reflexão. Beijo!
Choremos... choremos, então. Faça-se rio (ou mar) e não se importe com quem quer que diga o absurdo que é ser rio. dizem ser contra as leis da física, mas as regras que te prendem são da tua invenção.
ResponderExcluirAhh, choremos então.