O cachorro morreu de sede
num cesto
dentro do armário.
Quando o vi,
tal anjo que subiu aos céus,
arranquei-me os cabelos a pensar no meu descuido
— no que faço aos meus afetos
— na sede a que os relego
— por que é que os renego?
Por que é que sou assim?
Egoísta!
Não vão lágrimas
matar de sede nenhuma alma...
Mas talvez, quando eu acordar
a pensar sobre cestos, defuntos e Freud,
eu pense também sobre você
e sinta a mesma carência que matou o cão.
(E peça-lhe desculpas.)
(E peça-lhe que me mate a sede.)
(E peça-lhe que me ouça os sonhos.)
4 Comentários
Amo as suas 'prosas poéticas', elas são tão cheias de sentimentos e o leitor sente isso em cada verso. Parabéns! Beijos, espelho do Reino <3
ResponderExcluirMuitíssimo obrigada, Erika <3 <3
ExcluirBeijos e uma semana ótima pra ti!
Estava com saudade de ler seus drops de poesia e literatura, miss Larissa... O tempo aqui é tão corrido que escoa pelas mãos, sabe? Mas, agora, tive um tempo de voltar a me encantar com sua habilidade com as palavras. Esse post ficou muito interessante!
ResponderExcluirBeijos açucarados.
Sei, como sei... E é porque sei que lhe agradeço muito o tempo dedicado a essa visita linda! Muito obrigada, Bruna 💗
ExcluirBeijos para você!