Não tem mais a mesma graça
ver o rosto espelhado
na esfera natalina
(em seguida afastá-lo
aproximá-lo
afastá-lo
– o nariz alarga e afina,
alarga e afina).
Nem tem mais a mesma graça
de quando menina
pendurar as esferas na árvore
ou montar a árvore
ou sequer tirar a árvore
da caixa empoeirada
de cima do armário
mas penso, profunda e comigo:
da infância restou o açúcar
que sempre fica
no prato dos figos.
(Ainda que,
quando criança,
eu não comesse figo.)
6 Comentários
Oi, Larissa tudo bem? Muito sugetivo esse poema ao que remete o Natal. A propósito eu não gosto de figo. Adorei o poema. Abraço e um ótimo fim de semana para você!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Tudo bem, Luciano! E você?
ExcluirSabe, eu passei a gostar depois de adulta, haha!
Muito obrigada! Para você também!
Amadurecer é perceber que é tudo mentira.
ResponderExcluirGK
E não é, Gugu?
Excluir(Abraço enorme para você!)
Eu adoro poemas/textos que nos remetem à infância. É sempre muito nostálgico e acolhedor. Me lembra doce, açúcar, como você mencionou,e tardes de brincadeira no quintal da casa de minha avó materna :) Estou amando os seus poemas de Natal ♡
ResponderExcluirFico muito-muito feliz por saber isso ♡
ExcluirObrigada pela visita e comentário lindos!