céu: 13:35h.
7:36h:
um galo tardio enche a rua de canto e o café enche um copo americano na cozinha.
10:05h:
o vento faz dançar as folhas nos galhos das árvores, as folhas secas no chão, o metal das venezianas e, com a própria música, dança em meu corpo.
12:20h:
o céu azul-macio chama a um mergulho manso.
13:06h:
o grito de um nome desconhecido corta o dia.
13:15h:
uma abelha pela janela do quarto. Engano. Meia volta e vai embora.
13:41h:
desgrudo fios de cabelo castanho do casaco de lã que um dia foi do vô (que usava chapéu e não tinha cabelo).
14:18h:
o sol chega à escrivaninha.
16:14h:
a energia estática do casaco quando o retiro.
17:00h:
as ondas sonoras do avião no mesmo céu em que quis um mergulho manso.
18:10h:
o degradê rosado sobre o telhado vizinho.
21:50h:
a conversa incorpórea dos vizinhos.