Abrir janelas
como quem se afasta de um sonho
que predizia um amor-morrendo.
Respirar um ar menos moribundo,
livrar-se do peso de ter memórias,
abrir os olhos mais que as janelas.
Revisitar a alcova
do tempo em que se diziam “alcovas”:
morria um amor dentro de mim
como quando as mortes
eram familiares;
reuniram-se dentro de mim
perplexidades várias
e todas enlutadas
e apertadas no mesmo espaço
e as carpideiras
choravam tão alto
que palavras finais,
se houve,
não foram ouvidas.
E olvidaram-se
à primeira brisa.